No derradeiro EP da trilogia que o Amarelo iniciou em 2018, Meno e Allen buscam aprofundar a sonoridade iniciada há 5 anos. Neste último trabalho - que sai pelo selo Pequeno Imprevisto - o duo explora o universo dos instrumentos de corda dando ênfase ao emprego do uso dos arcos e suas possibilidades sonoras.
Diferente dos trabalhos anteriores - Amarelo (2018) e Amarelo 2 (2020), que contam com quatro faixas - este contém cinco faixas, fechando a trilogia em treze músicas. O tema do amor romântico, recorrente nos dois outros EPs, retorna transmutado no amor em sentido pleno, o amor necessário e intrínseco à própria vida. Aqui, a vida entendido com todos os seus desafios, dores e belezas.
O EP de número 3 foi gravado pelo próprio duo em processo de imersão em um sítio no extremo sul da cidade, na região de Parelheiros. A arte da capa é de Suzana Lefévre e a mixagem e masterização é de Otávio Carvalho do estúdio Submarino Fantástico.
E tem show de lançamento chegando. No dia 25/10, às 20h, no Sesc Pinheiros, o duo sobe ao palco para defender o repertório dos três EPs e contará com a luxuosa participação especial da cantora e compositora Bruna Lucchesi, cujo último álbum, Quem Faz Amor, Faz Barulho, também saiu pelo Pequeno Imprevisto. Ingressos aqui.
Uma amizade, dois compositores e três discos
Meno del Picchia e Allen Alencar formaram o Amarelo como consequência da relação artística, musical e criativa que estabeleceram há mais de uma década. Allen é sergipano e mora em São Paulo desde 2012. Em Aracaju, fazia parte das bandas de importantes artistas da cena local como Patrícia Polayne, Alex Sant’Anna e Elvis Boamorte e os Boavidas. Já na capital paulista, colaborou e colabora com diversos artistas como Fafá de Belém, Criolo, Curumin, Karina Buhr, Lucas Santtana, Guizado, Lara Aufranc, Aíla, entre diversos outros. Tem, além do Amarelo, outros dois EP’s lançados.
Meno foi criado em Bragança Paulista, mas já vive em São Paulo há mais de vinte anos. Nesse período, também colaborou com muitos artistas como Bocato, Ná Ozetti, Zé Miguel Wisnik, Tulipa Ruiz, Bruno Batista, entre outros. Atualmente, toca com o pernambucano Otto e com o paulistano Guizado, além de realizar um doutorado sobre funk pelo departamento de antropologia da USP. Tem três discos lançados.
O Amarelo é um som que versa sobre as dores recentes de amores antigos. É um disco que traz os extremos do mar e do deserto, da água e da seca, como metáforas para traduzir o turbilhão de sentimentos que os amores e paixões despertam nas pessoas. A sonoridade é minimalista e composta predominantemente pelas cordas. Bebem de fontes que vão desde o folk Americano de Neil Young, passando por Sulfjan Stevens, e os violões e guitarras áridas de Ry Cooder, até a canção brasileira dos dias de hoje em seu estado mais seminal como Passo Torto e Canções Velhas Para Embrulhar Peixes.
Meno del Picchia e a história da música Fogo Bom:
Eu mandei pro Allen uma melodia com uma ideia rítmica, e o Allen me ajudou a terminar a letra. Essa música tem pra mim uma coisa meio cigana, pelo andamento dela, e pelo jeito como a gente gravou, com baixo acústico e violões. E ela tem um contratempo que pode lembrar um ska, ou até um rastapé. De qualquer modo, é uma música pra frente e mais solar. O próprio nome "Fogo Bom" traz essa ideia de calor. É uma música que fala de amor a partir da metáfora do fogo, um fogo que não machuca, não queima, que esquenta de um jeito gostoso. É a chama boa das relações afetivas amorosas.
Ouça Amarelo 3 aqui: