Kezo Nogueira e o desafio ao tempo, ao espaço e à matéria
"É uma jornada sobre como a música pode nos ajudar a descobrir quem somos"
Em 2022, Kezo Nogueira recebeu uma ligação de seu pai. Ele queria contar ao filho que havia encontrado uma gravação em que Celina Nogueira, sua mãe e avó de Kezo, surgia tocando piano na sala de casa, no longínquo ano de 1971.
A descoberta desencadeou múltiplas investigações no músico, produtor e compositor baiano radicado em São Paulo. Primeiro, ele precisou descobrir a autoria da peça que a avó dedilhava ao piano (era uma composição de Robert Stolz, um maestro austríaco nascido em 1880).
Depois, Kezo partiu para um exercício musical em que tocava e gravava diferentes instrumentos em torno da performance crua da avó. Adicionou trompete e bateria, guitarra e craviola, e mais.
Disso saiu um arranjo completo, e é o single Sal-O-May (Abajour), que Kezo e Celina lançaram esta semana via Pequeno Imprevisto, inaugurando uma parceria artística entre neto e avó que não se deu em vida.
Enquanto realizava este trabalho, o músico começou a produzir o filme Abajour, em que reflete sobre a existência da música na vida da matriarca e em sua própria vida. Misturando vídeos feitos pelo celular com imagens de seu arquivo pessoal, Abajour foi selecionado para a próxima edição do Boden International Film Festival, da Suécia, e do festival Lift Off Sessions, da Inglaterra.
Abajour estreou nesta quarta no Youtube. Assista aqui: